Uma vez ouvi do HG que existem dois tipos de música que valem a pena existir. O primeiro é o tipo que quando toca na rádio você corre pra aumentar o volume. O segundo é aquele que quando ouve, você corre pra desligar o rádio. O que eu vou postar hoje, se fosse uma música se encaixaria no segundo grupo. Entao, é tao ruim que merece ser mostrado.
Tenho que aprender que quando se tem febre, nao se deve tocar na caneta.
O choro do cachorro lá fora quase é meu (cão sem dono). Choro manso e fino, no ritmo da noite. OLhos caramelos na escuridão, e só. Não cansa, não muda, não cala. Espera. Eu nem consigo mandá-lo embora. É tão bonito, incomum. Tomaria o lugar da lua pra passar a noite observando-o, mas minha fera negra não atende o seu chamado. Permanece inerte, não parece ouvir seu canto ou sentir sua dor. Ou talvez se divirta, num charme sádico que desatina. Não, não desatina o cão danado que chora constante lá fora. Nem isso. A natureza da circunstância lhe tirou o direito de ser danado. E seu choro lírico, manso e fino nem parece choro. Como o meu.
Prefiro as musicas que corremos pra aumentar o rádio.
ResponderExcluirFicou bom.
ResponderExcluirde uma indiferença profunda... o que me parece paradoxal.
ficou bom, como um gole de água.
Nossa! Olha o que acabei de encontrar, de Mário Quintana:
ResponderExcluirO Poema
Um poema como um gole d'água bebido no escuro./
Como um pobre animal palpitando ferido./
Como pequenina moeda de prata perdida/
para sempre na floresta noturna./
Um poema sem outra angústica que a sua misteriosa/ condição de poema./
Triste/
Solitário/
Único/
Ferido de mortal beleza.