Divirta-se!

domingo, 27 de junho de 2010

Escrevo quando estou triste, as palavras saem desconcertantes como cairiam lágrimas dos olhos.
Quando estou feliz, lágrima é brisa que evapora.
Quando estou com medo escrevo. Canto em silêncio o mesmo verso como uma oração.
Também quando há revolta, as palavras saem xingando o leitor, transmitindo o amargo da ira, o pulsar do peito e o estremecer da veia.
Quando estou feliz: calma. A felicidade me cala e aconchega. Só a tempestade me obriga a escrever pra respirar.
Queria uma palavra. Apenas uma palavra pro vento cantar enquanto toca o seu rosto. Uma palavra que contivesse toda simplicidade de cada momento, simples como esse sentimento. Uma palavra que o vento pudesse repetir e repetir e repetir sem cansar ou desagradar. E que o resto do mundo entendesse a canção.

domingo, 13 de junho de 2010

Mas eu nao resisto!..

Então, precisando atualizar e sem inspiração... E conversando e pensando em como eu sou pra tentar escrever um post decente ele me veio a cabeça.. então vai ser o dono do post. Esse texto foi escrito por um amigo, sobre mim. E eu nao posso deixar de admitir o quanto tem de mim nele.
É isso. Abraço aos poucos e bons!



O Azul e Ela*

Ela comporta um mistério que nem ousa imaginar. E também não importa: tem suas certezas nas mãos. Compassa os pensamentos em ritmo continuo. É o ritmo quando sonha. Abstrai o futuro e passado e os trazem como imagem no coração. Costuma silenciar nas horas certas - se é que existe hora certa. Mas para ela, há. E ela silencia como quem sabe que a voz do silêncio é mais audível que qualquer grito que possa dar. Ela sabe que o silêncio é sempre maior.
Tempos atrás, esse silêncio lhe levou para dentro de outras pessoas. Assustou-se e recordou quando não havia acontecido. Viu o mundo em cores e preferiu apenas usar a voz - aquela voz serena e confiante, mais harmoniosa que a natureza oceânica escondida embaixo dos cais - apenas quando era preciso falar. Não fazia rodeios. Seu vocabulário era o olhar.
Certo dia se vestiu de azul. Toda de azul. Uma cor viva, radiante, que inspira vida: a cor do céu onde os sonhos dormem e a cor do mar, onde os desejos afloram. Mas, o semblante não estava de acordo com o azul. Não tinha cor. Uma lágrima não seria pior e um sorriso não seria melhor. Semblante estático, como quem consegue agarrar a vida pelas mãos e começar a sentir que todas as certezas são desnecessárias - e que o que ela deseja é o que não se pode explicar aos normais. Mas o azul era sua esperança.
De repente, resolveu sair e reparou como todos passaram por ela. E, desta forma, ela passou a olhar apenas dentro dos olhos de todas as pessoas que via. Esqueceu o ambiente e se preocupou apenas em ler os olhares a sua volta. Olhares cansados, tristes, melancólicos, alegres, mundanos, idoso, jovem. Em todos os olhares, ela buscou achar estrelas e constelações, atrás das retinas e pupilas que lhe assombravam naqueles dias cinzentos. Olhou nos olhos de todos e só viu estrelas e constelações. Por isso, achou que todos podiam compreender seu olhar, seu lindo olhar oceânico. Achou que os normais entenderiam seu vocabulário único e direto, pois havia visto estrelas e até galáxias nos olhos de outras pessoas. Mas, quando olhou no espelho, dentro dos próprios olhos, só viu uma imensidão, uma longa imensidão. E azul.

sábado, 5 de junho de 2010

Again!

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Então, vamos ver se dessa vez eu consigo manter isso aqui.. é bom testar a paciência de vez em quando..
Pela primeira vez eu não vou começar com O azul e o Ela, embora seja o texto mais legal e mais 'a ver' e que eu fico mais boba de ter inspirado (Salve Sthevo!). Afinal, todos que um dia já viram um blog ou flog ou qq coisa de desocupados da internet meu já leram. Então vai algo novo.




Pequenina

Ela brinca de rodar sob a luz
Uma roda maior anuncia
Bailarina sem sapatilha
Abraça o vento
(harmonia)

A imagem mais bonita
Sobre a mesa, sob a luz
E se caísse a bailarina,
Que fotografia daria?

Estrela reluzindo
Girando no mesmo sentido
A lua refletida no mar
Mostra só o seu sorriso

Ela brinca de rodar sob a luz
Uma roda maior anuncia
Bailarina sem sapatilha
Gira os sonhos escuros do mundo
Tão leves em seus cachinhos.

13/05/2010
Para Hemilly.